2025-02-08
HaiPress
Tamanho de uma criança tem influências da genética e do ambiente — Foto: Freepik
GERADO EM: 07/02/2025 - 22:27
O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
CLIQUE E LEIA AQUI O RESUMO
A maioria das famílias se preocupa com a estatura de seus filhos. E a principal ferramenta para acompanhar altura e peso da criança são os famosos gráficos de crescimento. Quem já levou uma criança ao pediatra ou consultou a caderneta — coisas que todos os pais deveriam fazer — já se familiarizou com eles. Mas muita gente não sabe interpretá-los.
Os gráficos permitem avaliar se a criança está crescendo de forma saudável e dentro do esperado para sua idade. Eles são baseados em estudos populacionais com milhares de crianças,e mostram a variação normal de peso,altura e índice de massa corporal (IMC) para meninos e meninas de diferentes idades. Suas linhas são estabelecidas por percentis (5,10,25,50,75,90 e 95). O percentil 50 é o valor da mediana,o que significa que metade das crianças da mesma idade têm valores acima dele e metade abaixo. Por exemplo,se o pediatra disser que a estatura do seu filho está no percentil 75,significa que ele é mais alto que 75% das crianças da mesma idade e sexo,e mais baixo que 25% delas.
Esse índice é apenas uma fotografia momentânea. Pode oferecer informações relevantes sobre o desenvolvimento do seu filho,especialmente se integramos os dados de peso,altura (e perímetro da cabeça até 2 anos). Mas as informações mais importantes são obtidas pelo acompanhamento ao longo do tempo,comparando com dados da família.
Se os pontos no gráfico seguem uma ascensão constante e próximo a uma mesma curva de percentil,a criança deve estar apresentando um crescimento saudável. Esse padrão pode apresentar desvios em alguns momentos. Se a criança adoece,por exemplo,ela emagrece e o percentil da curva de peso vai cair. Isso raramente acontece com a estatura,e a perda ponderal é geralmente recuperada rapidamente. Alguns bebês nascem grandes e vão caindo de percentil progressivamente. Em geral,estão apenas assumindo os padrões genéticos da família,que nem sempre aparecem ao nascimento,mas se impõem ao longo dos primeiros anos.
No primeiro ano,o bebê cresce incríveis 25 cm — metade de sua altura ao nascer. No segundo ano,em torno de 12 cm,e do terceiro ano até a puberdade,entre 5 e 7 cm. Nos dois anos do estirão da adolescência as meninas crescem de 7 a 10 cm por ano e os meninos entre 9 e 12 cm.
Nos gráficos de estatura,o pediatra avalia se a criança cresce de forma harmônica,seguindo sua curva individual. Também observa se segue a trajetória esperada para a altura dos pais e se a velocidade de crescimento é compatível com a idade,vigiando se há anomalias como quedas abruptas ou estagnações prolongadas.
O principal determinante da estatura de uma criança é sua herança genética,sendo a altura dos pais o indicador mais importante. Outros fatores também contam: nutrição,afeto,sono adequado,atividade física (não,ginástica olímpica não produz baixinhos,apenas os escolhe) e saúde em geral (doenças crônicas e genéticas podem afetar o crescimento).
Uma estimativa grosseira da estatura final pode ser feita com a seguinte fórmula: altura do pai + altura da mãe,dividido por 2; some 6,5 cm para meninos ou subtraia 6,5 cm para meninas. Essa previsão tem uma margem de erro considerável (até 8 cm para mais ou para menos) e pode ser refinada com exames como a idade óssea.
Alguns sinais devem levar a uma investigação mais aprofundada. Por exemplo,um crescimento muito abaixo do esperado para a idade e altura dos pais,velocidade de crescimento menor que 4 cm por ano após os 3 anos,puberdade precoce ou tardia e desvios importantes,súbitos ou atípicos da curva de crescimento.
E pra terminar,é bom lembrar que estatura importa,mas não é tudo: altos,médios e baixos podem alcançar seu mais pleno potencial de bem-estar,felicidade e cidadania.
