Três decisões e três significados diferentes para Botafogo, Flamengo e Fluminense na Libertadores

2024-09-24 HaiPress

Fluminense,Botafogo e Flamengo estão nas quartas de final da Libertadores — Foto: Fotos: Marcelo Gonçalves/Fluminense - Guito Moreto/O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 24/09/2024 - 04:00

Caminhos na Libertadores: Botafogo,Flamengo e Fluminense.

Botafogo,Flamengo e Fluminense buscam caminhos distintos na Libertadores,refletindo perplexidade e burstiness. Botafogo almeja redenção e títulos,Flamengo deposita esperanças na competição para salvar o ano,enquanto Fluminense oscila entre a glória continental e a luta contra o rebaixamento,revelando diferentes significados da mesma taça. O Vasco enfrenta desafios táticos e de desempenho,enquanto o Flamengo aposta em jovens talentos e recebe Fernando Diniz de volta.

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A partir de amanhã,Fluminense,Botafogo e Flamengo tentam ampliar um recorde: se já era inédito ter três times de uma mesma cidade nas quartas de final da Libertadores,desnecessário dizer que tal fato jamais aconteceu nas semifinais. O curioso é que,se o objetivo é o mesmo,o sabor da classificação será muito diferente para cada clube.

Para o Botafogo,melhor time do país no momento,a vaga significa a chance de seguir na direção de uma temporada de sonhos,com as duas principais taças em disputa. No sábado,não exibiu sua melhor versão,o que até era natural num clássico em que poupou meio time. Ainda assim,teve as melhores chances em um jogo equilibrado,além do mérito de competir até o fim: aos 50 minutos do segundo tempo,cinco alvinegros aparecem pressionando a saída de bola do Fluminense e induzindo Felipe Melo ao erro.

Este Botafogo de padrões ofensivos muito definidos,dono de repertório e de ótima capacidade física manteve os três pontos de vantagem em relação ao Palmeiras. No sábado,mostrou que qualquer time do Brasil pode sentir os efeitos de disputar jogos decisivos a cada três dias. A ausência de Almada tirou do time o jogador mais criativo nos últimos metros,enquanto Tiquinho,em busca do reencontro com a melhor forma,não tem o ataque em profundidade e a boa pressão de Igor Jesus nos zagueiros rivais. Ainda assim,o altíssimo investimento permite poupar titulares e montar um time forte.

Se para os alvinegros a Libertadores pode ser a consagração em um ano de redenção,o Fluminense se vê entre a sensação do êxtase revivido e a da distração. A Libertadores é,neste 2024,o terreno em que se pode lutar pela glória,e não para evitar o desastre. O bicampeonato sul-americano seria um feito imenso,mas tal história seria escrita de forma amarga em caso de rebaixamento no Brasileiro: cair traria um impacto talvez mais potente do que a reconquista da América. Em noites como a da vitória nos pênaltis sobre o Grêmio,o Maracanã pulsou e o tricolor reencontrou a felicidade. Mas a tabela do Brasileiro insiste em fazer parecer que aquela não é a maior urgência.

O fim de semana trouxe notícias ruins para o Fluminense,como se o gol sofrido nos acréscimos no Maracanã não fosse amargo o bastante. No sábado,o Vitória venceu seu jogo,o Corinthians confirmou que as contratações o fizeram crescer de rendimento e não jogar mais como um provável rebaixado e,no domingo,Grêmio,Criciúma e Athletico-PR pontuaram. O Fluminense melhorou ao longo do ano,basta comparar os dois duelos com o Botafogo para notar. Mas se ver novamente na zona de rebaixamento com 13 jogos por disputar reabre preocupações que o recente crescimento do tricolor parecia ter dissipado.

Para o Flamengo,a Libertadores virou salvação do ano. É a única taça capaz de fazer o tão promissor 2024 ser lembrado com simpatia. Do status do elenco ao nível de receita do clube,não seria a Copa do Brasil capaz de restaurar a imagem da temporada rubro-negra.

Antes mesmo de entrar em campo no domingo,em Porto Alegre,o Flamengo terminou de assumir algo que já se insinuava: as copas são o alvo. A decisão de deixar 12 jogadores no Rio pode ter tirado peso da derrota para o Grêmio,que encerrou de vez qualquer ambição no Brasileiro,mas ampliou a carga posta na decisão de Montevidéu. Discordar que atletas precisam descansar no insano calendário brasileiro é negacionismo,é desconhecer a ciência. O debate é sobre a forma. O desgaste pareceu se apresentar ao Flamengo sempre em jogos do Brasileiro: o torneio mais nobre do calendário nacional foi sistematicamente o mais sacrificado nas escalações.

Consagração,alívio ou salvação: os cariocas mostram como uma só taça pode ter tantos significados distintos.

VASCO SEM SAÍDA

O Vasco é,obviamente,um time melhor hoje do que no início da temporada. Mas vinha tendo resultados melhores do que as atuações. Contra o forte Palmeiras,sofreu com os encaixes de marcação e acumulou erros de saída de bola,inclusive no gol de Lopez. Coutinho melhorou este aspecto no segundo tempo,buscando a bola perto dos volantes,mas ainda tenta alcançar sua melhor forma. Payet vive momento físico e técnico abaixo do que já exibiu.

Payet e Coutinho em treino do Vasco — Foto: Leandro Amorim/Vasco

JOVENS DO FLAMENGO

No dia em que oficializou que sua relação com o Brasileirão será protocolar,o Flamengo viu jovens como Matheus Gonçalves terem boa atuação na derrota previsível em Porto Alegre. Ao longo da temporada,eles tiveram presença tímida no time. Difícil dizer se a comissão técnica não os desenvolveu,ou se eles não deram,nos treinos,motivos para merecerem espaço. Sem a afirmação de jovens,formar times vencedores será sempre mais caro.

Matheus Gonçalves comemora seu gol pelo Flamengo sobre o Grêmio — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

FERNANDO DINIZ DE VOLTA

Será fascinante ver Fernando Diniz de volta após o marcante trabalho no Fluminense,em parte acumulado com a breve passagem pela seleção. O Cruzeiro tem jogadores que podem se adaptar ao modelo do treinador,mas a chave será respaldo e estabilidade. A SAF do clube tem como dono alguém com o perfil do antigo dirigente voluntário,e não ajudará em nada se,em breve,surgir um áudio vazado criticando a "saidinha de bola".

Fernando Diniz é o novo técnico do Cruzeiro — Foto: Reprodução/Redes sociais

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