2024-09-24 HaiPress
Casal LAT: entenda novo modelo de relacionamento — Foto: Getty Images
GERADO EM: 24/09/2024 - 04:00
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Segundo dados da agência Statistics Canada,casais de várias partes do mundo vêm apostando no modelo de relacionamento chamado LAT (Living Apart Together),em português,"vivendo juntos,em casas separadas",cuja tendência se popularizou em países da Europa Ocidental,da América do Norte e da Austrália. Entre as vantagens que o modelo pode trazer estão mais espaço e liberdade e menos conflitos no dia a dia. No entanto,alguns casais podem sofrer com distância emocional,dificultando a construção de memórias e experiências compartilhadas.
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Segundo a sexóloga Claudia Petry,especialista em Educação para a Sexualidade pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/SC) e membro da SBRASH (Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana),pode trazer pontos positivos e também negativos ao casal.
Viver em casas separadas,segundo Petry,oferece a vantagem de preservar o espaço pessoal e usufruir de mais tempo para se dedicar a interesses individuais,como hobbies,cursos ou encontros com amigos. Porém,a sexóloga ressalta a importância de equilibrar essa liberdade,organizando a rotina para que o relacionamento não se torne secundário.
"Cuidado para que sua relação não vire um 'compromisso que você precisa encaixar na agenda'. Assim como é importante ter tempo para si,é fundamental garantir momentos de qualidade entre o casal."
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Cecilia Malan e Murilo Benício namoram há dois anos. O casal mantém um relacionamento morando em países diferentes,ele no Brasil e a jornalista em Londres,na Inglaterra,onde é correspondente da TV Globo — Foto: Reprodução/Instagram
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Júlia Rabello vive um namoro separado por um oceano. Há dois anos,a atriz namora o holandês Bart,após se conhecerem em um avião — Foto: Reprodução/Instagram
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Bianca Andrade namora o italiano Luca Daffrè. A influenciadora e ex-BBB assumiu o relacionamento com o rapaz em março deste ano. Ele já veio ao Brasil para visitá-la — Foto: Reprodução/Instagram
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Patrícia Ramos namora com o jogador Luiz Fernando,que atualmente é jogador de futebol no Kuwait— Foto: Reprodução/Instagram
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Fátima Bernardes e Túlio Gadelha estão juntos desde 2017. Ele em Brasília,onde atua como deputado federal,e ela no Rio — Foto: Reprodução/Instagram
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Lorena Comparato namora à distância com o advogado Arthur Deucher. O parceiro vive nos Estados Unidos,enquanto ela no Brasil— Foto: Reprodução/Instagram
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Os ex-'BBB's Isabelle Nogueira Nogueira e Matteus Amaral começaram o relacionamento no reality show. Os dois continuam juntos,mas em estados diferentes. Ela vive em Manaus,no Amazonas,enquanto ele em Alegrete,no Rio Grande do Sul — Foto: Reprodução/Instagram
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Mel Maia assumiu o relacionamento com João Maria Pereira no fim do ano passado. Os dois mantêm um namoro à distância,já que ele vive em Portugal e ela no Brasil — Foto: Reprodução/Instagram
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Arthur Picoli e Ivy Moraes começaram a namorar em abril deste ano. Desde então,eles mantêm um relacionamento à distância — Foto: Reprodução/Instagram
Personalidades moram em estados ou até mesmo países distintos
Outro ponto positivo de morar em casas separadas é poder evitar os conflitos do dia a dia que,muitas vezes,se tornam exagerados e desnecessários. "A convivência diária pode desgastar facilmente um relacionamento,seja pela divisão de responsabilidades como por pequenos hábitos capazes de minar aos poucos a conexão entre o casal",afirma Claudia.
A tendência do 'Living Apart Together' também possibilita maior controle das respectivas finanças. "Cada um pode gerenciar melhor suas despesas,mantendo um fundo comum para gastos compartilhados,se necessário."
Segundo Petry,um dos desafios de viver separados é passar menos tempo juntos,o que pode enfraquecer a relação.
"A falta do convívio diário representa não só uma distância física,mas emocional,dificultando a construção de memórias e experiências compartilhadas. Daí a importância de manter encontros e atividades regulares a dois,garantindo o fortalecimento da conexão do casal",pontua Petry.
A sexóloga aponta que dormir e acordar ao lado da pessoa amada,na cama dela,é um dos maiores significados de intimidade,algo que pode ser prejudicada com o LAT. "E isso não é apenas sobre sexo,mas sobre cumplicidade,confiança,estabilidade e segurança,dentro do universo pessoal do outro. Mesmo não morando juntos,o casal precisa dessa experiência por vezes para reforçar o vínculo e o sentimento de proximidade."
Também pode haver pressão social,com amigos e familiares interpretando essa escolha como falta de compromisso. De acordo com Claudia,por mais que o assunto só diga respeito ao casal,será inevitável enfrentar uma enxurrada de questionamentos.
"A curiosidade das pessoas é normal,mas você não precisa entrar em detalhes. Apenas diga que a dinâmica da relação funciona bem e que vocês são felizes assim! Independentemente da opinião dos outros,o importante é que cada um encontre um arranjo que promova felicidade e bem-estar em seus relacionamentos",conclui.
A pesquisa do Statistics Canada revela que cerca de 10% dos casais na França optam por esse formato. Já na Espanha,o percentual é de 8%,enquanto nos Estados Unidos a estimativa é de que duas milhões de pessoas estejam envolvidas em um relacionamento LAT,número semelhante ao do Reino Unido.
O estudo também aponta que o modelo LAT,adotado principalmente por casais jovens,visa evitar os conflitos comuns do convívio diário,aumentando as chances de manter a relação mais saudável.
Entretanto,a prática pode não funcionar para os casais que não souberem administrar o relacionamento sem estarem debaixo do mesmo teto.