2024-08-24 HaiPress
Profissionais de saúde em um centro de tratamento contra a mpox na República Democrática do Congo — Foto: Uerchom Ndebo/AFP
GERADO EM: 24/08/2024 - 04:02
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A epidemia de mpox na África e a declaração desse surto como uma emergência de saúde pública internacional pela OMS desencadearam uma avalanche de informações falsas com conotações homofóbicas e conspiratórias. Em um vídeo traduzido para vários idiomas e transmitido na rede social X,um médico alemão conhecido por suas posições antivacina é visto garantindo que os sintomas do mpox são os mesmos do herpes zóster.
De onde vem a mpox? infecção foi identificada pela primeira vez em 1958,quando ocorreram dois surtos em colônias de macacos que se encontravam em cativeiroMpox no Brasil: alerta para uma Emergência de Saúde PúblicaQual a real letalidade da nova cepa? Entenda por que é difícil avaliar o perigo da doença
O médico Wolfgang Wodarg acrescenta que esta suposta epidemia de herpes zóster também seria um efeito colateral da vacina contra a covid e que a indústria farmacêutica apenas tenta assustar as pessoas para fins comerciais. Isto é falso,para começar,porque a mpox,ou varíola dos macacos,identificada na década de 1970 em uma criança na atual República Democrática do Congo (antigo Zaire),é muito mais antiga do que as vacinas contra a Covid.
Em segundo lugar,porque é um vírus zoonótico,de origem animal,da família dos poxvírus,enquanto o herpes zoster é uma reativação do vírus varicela zoster,pertencente à família do herpes. Os sintomas também são diferentes,pois herpes provoca lesões menores que geram dores intensas características.
Nas redes sociais,há quem afirme que a mpox afeta apenas homossexuais e publique mensagens homofóbicas que consideram essas práticas “nojentas”. Mas,como explica à AFP Richard Martinello,especialista em doenças infecciosas da Universidade de Medicina de Yale (EUA),“não existe nenhuma doença infecciosa no mundo cuja transmissão se limite à orientação sexual" e "é o contato íntimo,pele a pele,que pode causar a propagação do mpox,e não a orientação sexual".
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Profissional de saúde entra em uma enfermaria de isolamento construída como medida de precaução para pacientes com varíola em um hospital civil em Ahmedabad,Índia — Foto: SAM PANTHAKY / AFP
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Micrografia eletrônica do vírus da varíola do macaco (vermelho) — Foto: Não informado
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Vírus mpox (em vermelho),antes chamado de monkeypox ou varíola dos macacos — Foto: Wikimedia Commons
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varíola dos macacos - AFP — Foto: AFP/AFP
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Amostra contendo vírus da varíola dos macacos — Foto: AFP
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Pessoas em fila para receber a vacina contra a varíola dos macacos na França. — Foto: FRANCOIS LO PRESTI / AFP
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Lesões da varíola dos macacos em paciente na Itália. — Foto: Reprodução/Journal of Infection
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Surto de varíola dos macacos se espalhou rapidamente pela América Latina — Foto: Ernesto BENAVIDES/AFP
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João Pinheiro mostra as lesões causadas pela varíola dos macacos em seu lábio — Foto: Reprodução/ Twitter
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Lesões na pele de pacientes diagnosticados com varíola dos macacos — Foto: AFP PHOTO / UK HEALTH SECURITY AGENCY
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Micrografia eletrônica de transmissão colorida de partículas do vírus da varíola dos macacos (laranja) encontradas dentro de uma célula infectada (marrom),cultivadas em laboratório. — Foto: NIAID
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Ainda não se sabe qual é a origem do surto nos países fora de lugares onde o vírus é endêmico. — Foto: André Mello / Arte O Globo
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Ainda não se sabe qual foi a origem exata do surto. — Foto: André Mello / Arte O Globo
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O perfil de últimos casos indica que a transmissão pode estar sendo facilitada por relações sexuais,mas não se sabe ainda se seria o sexo ou o apenas o contato próximo na ocasião.; — Foto: André Mello / Arte O Globo
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Uma das questões é se a transmissão pelo ar pode estar ocorrendo de forma mais fácil. — Foto: André Mello / Arte O Globo
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Pesquisadores ainda buscam entender exatamente qual é o tempo que a pessoa transmite o vírus. — Foto: André Mello / Arte O Globo
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A velocidade na disseminação dos novos casos intriga especialistas. — Foto: André Mello / Arte O Globo
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Pesquisadores buscam se houve mutação do vírus da varíola dos macacos. — Foto: André Mello / Arte O Globo
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Desde o início de maio,a varíola dos macacos,causada pelo vírus monkeypox,tem se tornado uma preocupação mundial enquanto ao menos 16 países fora das regiões da África Central e Ocidental – onde o vírus é endêmico – registraram casos da doença. — Foto: André Mello / Arte O Globo
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Além de febre,dores na cabeça e no corpo,lesões na pele são um dos sintomas mais característicos da varíola dos macacos. — Foto: Organização Mundial de Saúde (OMS)
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Publicidade Infecção foi identificada pela primeira vez em 1958,com surtos entre macacos
O vírus é transmitido pelo contato com o fluido infectado das bolhas do paciente,afirma o médico Antoine Gessain,especialista na doença,do Instituto Pasteur,na França. As crianças podem ser infectadas “através do contato com a pele” de outra pessoa e,no caso da epidemia de mpox na República Democrática do Congo,no final de 2023,a doença espalhou-se através de heterossexuais com múltiplos parceiros.
Uma teoria da conspiração com muito eco no YouTube e no Facebook afirma que existe um medicamento japonês muito eficaz contra o mpox,chamado Tranilast,mas que nunca será comercializado porque é muito barato.
No entanto,o Tranilast,um medicamento aprovado em 1982 na China e no Japão contra a asma,nunca foi objeto de estudos clínicos em humanos contra o mpox. Portanto,dizer que é eficaz contra essa doença é uma falácia.
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A vacinação,combinada com a sensibilização das pessoas em risco e o isolamento dos casos de contacto,tornou possível travar a epidemia de mpox em 2022.
“A OMS ordena aos governos que se preparem para os ‘megaconfinamentos’ devido à estirpe mortal da ‘varíola dos macacos’”,alertam os internautas,que se referem à tese da “plandemia”,um neologismo que para,os conspiradores,descreve uma pandemia planejada. A Organização Mundial da Saúde (OMS) não tem competência para impor “qualquer tipo de confinamento”,confirmou a entidade à AFP.
“Como organização científica e técnica,a OMS presta aconselhamento técnico e apoio aos seus 194 Estados-membros”,e “cada país é soberano nas decisões e ações relacionadas com a saúde das suas populações”,acrescentou.