Diretora de 'Beleza fatal' fala sobre carreira e autoestima: 'Quero ser linda, gostosa, inteligente e poderosa'

2025-02-17 IDOPRESS

Diretora tem 17 folhetins no currículo — Foto: Catarina Ribeiro

RESUMO

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GERADO EM: 13/02/2025 - 17:48

Diretora de "Beleza Fatal" destaca sucesso e empoderamento aos 55 anos.

A diretora Maria de Médicis fala sobre desafios e sucesso da novela "Beleza fatal". Com elenco renomado e trama envolvente,a produção conquista o público. Maria destaca a importância da presença feminina e da autoestima na sua carreira aos 55 anos.

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Faltava pouco mais de uma semana para “Beleza fatal”,primeira novela da Max,entrar no ar,quando a diretora geral da produção,Maria de Médicis,falou com a Revista ELA pela primeira vez. “É um dos maiores desafios da minha carreira. Brinco que sempre levantei Boeing do Aeroporto do Galeão,com uma equipe enorme,equipamentos maiores e a loucura que é dar conta de quase 200 capítulos de uma novela das nove”,disse,em alusão aos 29 anos de carreira na TV Globo,onde trabalhou até 2022. “Agora,o desafio é levantar o mesmo avião,só que do Santos Dumont.”

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A empreitada tem bem menos capítulos (40 no total) do que as produções da maior emissora do país e foi toda gravada entre 2023 e 2024. Não tem,portanto,a maleabilidade tradicional dos folhetins,cujas tramas podem ser alteradas conforme a resposta do público. Mas não significa que haja menos ambição envolvida. Afinal,trata-se de uma experimentação cercada de expectativas,ao testar novos formatos para um dos produtos culturais mais sagrados do Brasil.

Com a estreia no fim do mês passado,Maria pode finalmente vivenciar a sensação de dever cumprido. “O Boing não só decolou,como está quase virando foguete. Esperava o sucesso,porque a novela é ótima,mas foi ainda maior do que a expectativa”,diz,em outra conversa,comemorando também a exibição de “Beleza fatal” na TV aberta,pela Band,em março.

Com nomes como Camila Pitanga,Camila Queiroz e Giovanna Antonelli no elenco,a obra escrita por Raphael Montes causou burburinho nas redes e se tornou o conteúdo mais assistido entre séries e filmes da Max no país durante a primeira semana de exibição. Uma resposta que,segundo Maria,reflete o empenho de todos os envolvidos. “Essa coisa de inventar algo novo dá muito tesão. Lembro-me da Giovanna Antonelli chegando no set toda empolgada,dizendo: ‘Estou me sentindo no começo,na TV Manchete’”,diverte-se.

Maria atuou na TV Globo por 29 anos e agora desbrava o streaming — Foto: Catarina Ribeiro

Na pele da vilã Lola,Camila Pitanga tem atravessado telas,com cenas e falas que viralizaram. O sucesso,reconhece a atriz,está diretamente relacionado “ao talento e à liderança de Maria”. “Foram decisivos para eu me sentir encorajada a arriscar nessa personagem,que tem temperamento extravagante e vivencia situações radicais. Lola assassina e se vitimiza ao mesmo tempo”,comenta. “E Maria ainda imprimiu um tom almodovariano,dos cenários à interpretação.”

De fato,reconhece a diretora,o projeto bebeu nas fontes mais tradicionais do bom e velho novelão — familiares também ao diretor espanhol. Estão lá o desejo de vingança,os conflitos familiares,os amores impossíveis e a crítica social. Neste caso,o delírio estético da turma que perdeu a mão no Botox e os magnatas da beleza que se aproveitam disso.

Tudo costurado com o aval de quem chegou à TV Globo aos 23 anos,como assistente de produção,e passou por diferentes transformações no setor. Isso inclui o aumento da participação feminina no comando dos sets. “Quando vi a (diretora) Denise Saraceni em ação,pensei: ‘Caramba,mulher pode dirigir!’. Na época,só havia ela e a Marlene Mattos numa posição dessas. E a Denise comandava set de batalha em ‘Memorial de Maria Moura’,com cavalo,canhão... Falei: ‘Quero ser essa mulher!’”,recorda-se Maria,que deixou a Globo com 16 novelas no currículo,como “Babilônia” e “Segundo Sol”.

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Na caminhada até aqui,viu o número de colegas aumentar e o comportamento dos homens mudar. “No começo,tinha câmera que não obedecia aos meus comandos. Além disso,a presença do compliance também diminuiu os assédios. Vimos quem parecia inatingível cair. Há 20 anos,não era assim”,compara,antes de fazer uma observação. “Só espero que isso não recue. Fico preocupada com essa história de as empresas cortarem programas de diversidade,por exemplo. Precisamos de mais mulheres sentadas à mesa nos cargos de dinheiro. É esse que manda,né? Não podemos achar que a batalha está ganha.”

Caminhos que ela segue disposta a desbravar aos 55 anos,vividos na máxima potência. Afinal,sente-se parte de um novo paradigma da existência feminina. “Começamos a entender que a menopausa não é o fim da vida,quando você se recolhe”,afirma. “Estamos vendo uma geração de mulheres de 45 a 60 anos dizer: ‘Não vou ficar em casa sentada. Vou pular carnaval de maiô sim,vou fazer sexo sim,vou dirigir novela sim!’.”

Mãe de Antônia,de 22 anos,e João,de 19,ambos do casamento com o ex-marido,o fotógrafo e cameraman Paulo Corado,Maria diz ter “virado uma chave” depois dos 40,quando se separou. “Como tínhamos guarda compartilhada,comecei a pensar sobre o que ia fazer quando não estava com os filhos. Foi quando descobri que ter um tempo para mim era muito importante”,diz ela,que adora um fervo e é uma das fundadoras do bloco de carnaval carioca Loló de Ouro. “Sou uma mulher muito mais bonita e interessante agora do que era aos 35. Quero ser linda,gostosa,inteligente e poderosa,sabe? Quero fazer tudo no meu trabalho e seguir assim. Não me enclausurem!”

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