2025-02-14
IDOPRESS
Lisa Manobal e Aimee Lou Wood em cena de 'The White Lotus' — Foto: Stefano Delia/HBO
GERADO EM: 13/02/2025 - 15:26
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Há quem vá à Tailândia para se encontrar e quem vá para se perder. Em “The White Lotus” há lugar para esses dois públicos. E eles estarão reunidos a partir de domingo,às 23h na HBO e na Max,para a terceira temporada da antologia. A obra segue ancorada num resort de luxo e reúne sátira social e um mistério “quem morreu e quem matou?” que permeia todos os oito episódios.
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Gravada no hotel Four Seasons Koh Samui,numa ilha na costa Sul do país,a temporada é centrada no tema da espiritualidade. Qual caminho percorrer para encontrar a redenção e a libertação num mundo materialista,vaidoso,luxurioso e raivoso — cuja diária de um quarto “simples” começa em R$ 9 mil e da “villa” mais luxuosa em R$ 67 mil?
A peregrinação dos Ratliff,por exemplo,é tortuosa. Um dos núcleos de hóspedes do idílico destino,a família branca privilegiada tem todo tipo de drama burguês em sua estadia. Da dificuldade de se desconectar do celular até o desespero em lidar com o sumiço de um frasco de Lorazepam,ansiolítico essencial para fazer Victoria (a atriz Parker Posey) aguentar o tranco de uma apertada agenda de massagens relaxantes. Ela é a matriarca da família,casada com o bem-sucedido Tim (Jason Isaacs) e mãe do bobalhão Saxon (Patrick Schwarzenegger),da budista Piper (Sarah Catherine Hook) e do retraído Lochlan (Sam Nivola).
Da esquerda para direita: Sam Nivola (Lochlan),Sarah Catherine Hook (Piper),Patrick Schwarzenegger (Saxon),Jason Isaacs (Tim),Parker Posey (Victoria) e Morgana O’Reilly (Pam) — Foto: Divulgação
— É uma família americana do Sul profundo,dramática,apaixonada,que vive no seu próprio mundo — diz Parker,em entrevista ao GLOBO por videochamada. — São muito narcisistas. Victoria poderia estar em qualquer lugar. Ela não tem um interesse real pela Tailândia.
A Ásia é a terceira parada dessa volta ao mundo empreendida pelo roteirista e diretor Mike White,que criou “The White Lotus” durante a pandemia,sob encomenda da HBO. A empresa queria um projeto que pudesse ser gravado no período de confinamento da Covid-19,e o autor,então,desenvolveu uma comédia misturada com cozy mistery,o tal “mistério aconchegante”,sem sangue ou violência exacerbada. White e uma pequena trupe foram para o Four Seasons Resort Maui at Wailea,no Havaí,e entregaram uma história cujo primeiro episódio trazia logo de cara um corpo e um flashback de uma semana,que convidava o espectador a viajar na companhia de gente endinheirada e problemática. Entre suspense e piada,White — que escreveu e dirigiu todos os episódios,algo que faz até hoje — discutiu privilégio e classe. A gerente do spa havaiano Belinda (Natasha Rothwell),inclusive,está volta para os novos episódios.
Natasha Rothwell é Belinda — Foto: Fabio Lovino/HBO
Em 2022,o sucesso de público foi reconhecido com 10 Emmys. E o passaporte foi carimbado para a Itália numa segunda temporada com a mesma estrutura,porém novos personagens. Somente a herdeira solitária Tanya McQuoid,interpretada pela atriz Jennifer Coolidge,reapareceu na filial da Sicília (originalmente o Four Seasons San Domenico Palace,em Taormina),em sete episódios que versavam sobre sexo e desejo. Foi outro hit,com direito a uma fala de Tanya que virou slogan de camisetas e outros cacarecos mundo afora (“esses gays querem me matar”). A produção levou mais cinco Emmys.
—Quando você tem uma série bem-sucedida por uma temporada,é meio um acaso — reflete Parker. —Vem a segunda,e as pessoas se tornam realmente fãs. Há muita pressão para uma terceira. Mas,quando terminei de ler os oito episódios,estava tão envolvida na história e amando esses personagens que nem queria saber quem morreu.
Com um elenco majoritariamente branco e americano (Michelle Monaghan,Carrie Coon e Leslie Bibb formam um trio de amigas de infância ponto alto da série),“The White Lotus 3” tem dois personagens tailandeses. É o caso Gaitok,segurança do hotel vivido por Tayme Thapthimthong,e Mook,a governanta interpretada por Lalisa Manoban. Conhecida como Lisa,ela é,sob perspectiva mundial,a mais famosa de todo o elenco,embora seja sua estreia como atriz. A moça,de 27 anos,é uma das integrantes do Blackpink,principal banda feminina de k-pop do mundo. A tailandesa é dona de uma conta no Instagram com 105 milhões de seguidores.
—Eu me mudei para a Coreia do Sul quando tinha 14 anos,então é muito bom estar de volta ao meu país de origem e ficar lá por seis,sete meses — disse ao GLOBO a cantora,que lançou,na semana passada,a música “Born again”,com Doja Cat e Raye,e anunciou a turnê mundial com Blackpink. — Sou uma grande fã “The White Lotus”. E essa oportunidade apareceu quando eu nunca tinha atuado antes. Nem sabia como me preparar para o teste. Fiz uma gravação caseira e enviei. Recebi um retorno,voei para a Tailândia para conhecer o Mike White e tive muita sorte de fazer parte dessa família.
Para a revista “Time”,White disse ter tido dúvidas em escalar a moça. “Resisti porque não acho que precisamos de mais atenção para a série. Mas Lisa fez um ótimo teste e acho que é uma grande atriz. Estou muito feliz porque ela é um verdadeiro motivo de orgulho para o povo tailandês. É como se fosse uma estrela pop e também a Princesa Diana.”
Inicialmente,Mike White queria fazer a série no Japão,mas a HBO o convenceu depois de ter recebido incentivo do governo da Tailândia,que tem trabalhado pesado para atrair produções audiovisuais estrangeiras. “Jurassic World 4”,também foi gravado lá. <EP,1>“Nós entramos em contato com a equipe de produção de 'The White Lotus' e conversamos com eles sobre tentar reduzir os custos do orçamento com parceiros potenciais”,disse o executivo da Autoridade de Turismo da Tailândia,Siripakorn Cheawsamoot,à rede ABC da Austrália.