CNU: Aprovados no concurso contam suas jornadas e professores dão dicas de como se preparar para o próximo

2025-02-07 HaiPress

Aprovados no CNU contam como se prepararam para a prova — Foto: Hermes de Paula/Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 06/02/2025 - 22:32

"Sucesso no CNU: Aprovados Compartilham Dicas para Próximos Concursos"

A primeira edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) teve aprovados contando suas jornadas e dando dicas para os próximos concursos. Homens foram maioria entre os aprovados. Professores recomendam planejamento e persistência nos estudos para a próxima edição,que terá nova estrutura. A expectativa é de menos vagas,mas o CNU continua sendo um dos maiores concursos públicos do Brasil. Mesmo quem está na lista de espera deve continuar se preparando. Outros concursos importantes estão por vir,então a recomendação é seguir estudando.

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Os primeiros resultados do Concurso Nacional Unificado (CNU) saíram na última terça-feira e alguns dos aprovados já comemoram a conquista de uma vaga no serviço público brasileiro. E mais gente deve entrar nas fileiras do governo federal.

Ontem,o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) informou que uma segunda convocação para os cursos de formação CNU vai contemplar mais 170 aprovados em 11 de fevereiro. São as vagas de quem recusou ou não confirmou interesse em assumir o posto. No total,o CNU prevê 2.305 vagas para os cursos de formação,a etapa final para o ingresso no serviço público.

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Quem espera uma nova chance de disputar um lugar no funcionalismo já pode começar a estudar. A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI),Esther Dweck,confirmou na quarta-feira,que a segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) já está em planejamento. 

O GLOBO conversou com alguns aprovados sobre como se prepararam para a prova. Ler o edital e ter uma meta de estudos são algumas das dicas em comum que eles dão aos novos aspirantes.

'Sempre me identifiquei com o IBGE'

Francisco Valdeir Maia Bandeira,de 32 anos,mora na cidade de Ocara,no interior do Ceará,e tinha um contrato temporário no IBGE até ano passado,quando ficou desempregado. Desde então,ele seguiu cursando rede de computadores na Universidade Federal do Ceará (UFC) e resolveu tentar uma vaga de servidor efetivo do instituto,o que já era seu objetivo há alguns anos.

— Eu sempre me identifiquei bastante,sempre gostei muito da ideia de trabalhar no IBGE. Então,o CNU foi uma ótima oportunidade. Essa questão de distribuir a prova por várias cidades foi interessante,e a gente pôde concorrer a vários cargos. Eu achei isso muito bom.

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Francisco Valdeir Maia Bandeira,aprovado no CNU para vaga de técnico do IBGE conta que a maior dificuldade em seus estudos foi conciliar com o trabalho — Foto: Arquivo pessoal

Francisco,que concorreu no Bloco 8,conseguiu ficar em primeiro lugar na disputa pela vaga de técnico do IBGE na Região Nordeste,cargo que era sua primeira opção. Ele conta que seu maior desafio foi separar um tempo para estudar,já que todo dia tinha que ir para outra cidade para trabalhar,antes do contrato acabar.

— Minha principal dificuldade foi conciliar o trabalho com os estudos. Mas em relação às disciplinas,eu já tinha uma base,e não tive muita dificuldade para assimilar as matérias que foram adicionadas. Porque no antigo concurso do IBGE,que eu já tinha feito,eram disciplinas mais básicas. E agora foi adicionado direito administrativo e direito constitucional no conteúdo.

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Ele estudou pela plataforma on-line Gran Concursos,que lhe permitiu consultar vídeo-aulas e PDFs,além de resolver questões e simulados. Sua preocupação agora é sobre onde vai trabalhar.

— Espero poder escolher alguma cidade próxima da minha. Estou animado para voltar a trabalhar lá e para conhecer o novo local de trabalho da minha nova agência — conta ele.

'Tinha certo preconceito com concursos'

Outro aprovado para trabalhar no IBGE foi Johneydson Da Costa Sampaio. Aos 34 anos,ele mora em João Pessoa,na Paraíba,e é formado em ciências contábeis pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB),mas estava desempregado desde 2022. Ele chegou a tentar abrir um negócio com a esposa,mas o resultado não foi como imaginava,então estava a procura de emprego.

A principal estratégia de estudos de Johneydson Da Costa Sampaio,aprovado no CNU,foi ler e reler o edital — Foto: Arquivo pessoal

De início ele resolveu fazer o CNU apenas para ajudar sua companheira a estudar,mas ela acabou desistindo da prova após o adiamento por conta das enchentes no Rio Grande do Sul,enquanto Johneydson conquistou o primeiro lugar da cota racial para o cargo de Tecnologista de Informações Geográficas e Estatísticas,sua terceira opção.

— O CNU foi o meu primeiro concurso. Eu tinha um certo preconceito com fazer concursos,mas quando vi o edital me impressionei com a oportunidade,porque eram muitas vagas que a gente podia concorrer.

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Sua principal estratégia foi estudar bem o edital,que ele disse ter lido duas vezes,além de fazer várias redações para treinar. Ele também estudou pela plataforma do Gran.

— Uma das dicas para quem tá estudando é realmente estudar bem o edital. Segundo,usar uma ferramenta adequada,que no meu caso foi o curso. Mas também é só ter persistência,estudar todos os dias e ter uma meta de estudos,que você consegue. Estou muito feliz,é uma grande realização para mim. Vai mudar bastante a minha vida.

'Meu foco sempre foi ser servidora'

Já Thalita Elizário passou em sétimo lugar para o cargo que era sua segunda opção: Tecnologia em Gestão,Monitoramento e Avaliação de políticas de Saúde. A paraibana de 36 anos é formada em fisioterapia e faz doutorado em saúde coletiva pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Thalita Eliziário,aprovada no CNU,sempre sonhou em ser servidora pública,e agora conquistou o cargo de Tecnologia em Gestão,Monitoramento e Avaliação de políticas de Saúde — Foto: Arquivo pessoal

Ela conta que antes do CNU havia feito poucos concursos em sua vida e que se interessou pela proposta da prova por exigir não só atuação na área da saúde,mas também conhecimento na área da educação e dos direitos humanos,o que ela considera essencial.

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— Meu foco sempre foi ser servidora pública federal. E é um sonho realizado. Eu achei a proposta do CNU bastante inovadora e fiquei muito feliz de fazer parte e poder sair com a aprovação.

Ela menciona ainda que foi bom poder estudar um só conteúdo para todo o bloco e poder concorrer a várias vagas em um só concurso. No entanto,seu desafio foi conciliar os estudos com a residência que fazia,até que decidiu parar de trabalhar e reservar um mês só para a preparação para a prova.

Embora Thalita já tenha visto as discussões abordadas na prova ao longo de sua trajetória acadêmica,ela diz que reservar um período para focar apenas nos estudos,mesmo que só um mês,além de revisar os conteúdos no cursinho on-line,foi essencial,algo que ela indica para quem pretende fazer o concurso.

— Estou muito empolgada,porque tenho muita afinidade com o cargo para o qual eu passei. Sou negra e nordestina e digo que minhas conquistas carregam não só o meu nome,mas de toda a ancestralidade que está por trás de mim.

Edital do novo concurso

De acordo com a ministra Esther Dweck,a intenção do MGI é lançar o edital da segunda edição do CNU até o final do primeiro trimestre deste ano e aplicar as provas no segundo semestre,de preferência no mês de agosto. Professores ouvidos pelo GLOBO dizem que já é hora de estudar. E,resumidamente,dão as seguintes dicas:

Começar a se preparar com antecedência; Organizar um planejamento de estudos que envolva teoria,questões e revisões; Ter um bom material teórico para estudar,com opções de videoaulas e textos em PDF; Treinar para questões discursiva,para redação e fazer simulados; Conhecer a prova anterior,o estilo da banca e das questões; Separar pelo menos duas ou três horas por dia para estudar e fazer isso de maneira constante até a data da prova; Começar estudando pelos conteúdos básicos e só depois seguir para os específicos; Manter o foco diante de possíveis distrações como adiamentos e mudança de datas.

Com a possibilidade de a próxima prova ser daqui a apenas seis meses,o professor Bruno Bezerra,do Estratégia Concursos,explica que quem já quer iniciar os estudos antes da publicação do edital,deve começar pelas matérias e conhecimentos que são comuns e necessários a todos os servidores,de acordo com o que o governo orienta no seu manual dos concursos públicos.

— Nós ainda não sabemos quais órgãos públicos vão aderir ao CNU,porque cada órgão tem a opção de participar ou não,então não sabemos exatamente todos os conhecimentos necessários,quais matérias os alunos devem estudar e como vai ser a divisão dos blocos temáticos,porque não deve ser igual ao do primeiro CNU.

Entre os conhecimentos transversais a todas as áreas,ele cita: políticas públicas; ética e integridade; administração pública federal; finanças públicas; diversidade e inclusão; e os desafios do Estado de Direito,com temas relacionados aos direitos humanos.

— É importante que o aluno já comece a estudar nesse período até que seja publicado o edital,e após essa data entre em uma nova fase,em que ele vai saber exatamente quais são as matérias específicas do cargo dele,e vai fazer um novo direcionamento de acordo com o edital.

Planejamento ajuda

Como dicas para se preparar,Bezerra destaca a importância de organizar um planejamento de estudos que envolva teoria,questões e revisões e,quando já estiver mais perto da prova,treinar redação e simulados.

— Pode-se pensar que 6 ou 7 meses é um prazo longo,mas o volume de conteúdo é grande,e o nível de preparação exigido para conseguir ficar dentro das vagas é alto. Então é importante ter um bom material teórico para estudar,com opções de vídeo,PDF,além de resolver muitas questões de concursos anteriores,inclusive do primeiro CNU. E fazer revisões para não esquecer.

Adaptação

O professor Eduardo Cambuy,do Gran Concursos,conta que na primeira edição do CNU,a estrutura dos eixos e blocos diferentes foi um desafio para a composição das grades e matérias dos cursos. Foi também desafiador ensinar um conteúdo para uma categoria de profissionais que não tem contato com esses temas,mas que precisava estudar porque estava dentro do previsto para o bloco.

— Por exemplo,o bloco 5 misturou pessoas da educação,da saúde,da segurança e da Justiça,e aí as pessoas de saúde tiveram que estudar educação com um olhar de saúde,e o contrário também. Então,foi de fato uma grande novidade nesse aspecto,e os cursos e professores tiveram que se adaptar.

Como provavelmente a segunda edição do CNU terá uma nova estrutura,com outra composição de blocos,vai ser necessário continuar se adaptando,considerando os aprendizados com a última experiência,avalia o professor:

— Como a gente já viu o processo da prova,como é a elaboração da banca,a gente deve fazer essa adaptação de forma mais rápida,mais prática,com um impacto melhor na vida dos alunos.

Outro aprendizado que Cambuy tira da primeira edição é a necessidade de os alunos manterem o foco e não desistirem diante de possíveis adiamentos,por exemplo.

— Na primeira edição a gente teve muitas distrações,teve questões de mudança de prazo,de datas,questões judiciais,suspensões,e tudo isso acaba trazendo ansiedade e aflição para o candidato. Então,a primeira coisa que o candidato tem que pensar é em manter o foco nos estudos,sem qualquer tipo de distração — diz.

Expectativa de menos vagas

A expectativa dos cursos é que a edição desse ano seja menor,já que haverá menos vagas,e não alcance os dois milhões de inscritos da primeira edição. No entanto,o professor Erick Alves,do Direção Concursos,ressalva que o CNU deve seguir sendo um concurso público maior do que qualquer outro no Brasil.

— Na primeira edição nós tínhamos uma demanda reprimida de vários órgãos do Poder Executivo Federal,que estavam sem concurso há muitos anos. Então,não acredito num concurso tão grande como o primeiro,o primeiro maior da história,mas com certeza será um concurso grande.

Novas carreiras

Ele menciona a criação de duas carreiras,confirmada pela ministra Esther Dweck que já estão confirmadas nesse próximo concurso,que terão cerca de 750 cargos vagos para cada,o que dá uma ideia da magnitude do concurso.

Por isso,mesmo quem já está na lista de espera desse primeiro CNU,não deve deixar de se preparar para o próximo.

— O concurseiro só tem que parar de estudar quando for efetivamente nomeado. Estar na lista de espera é bom,há uma expectativa de nomeação,mas não tem nada garantido,então não vale a pena se acomodar. Tem que aproveitar a bagagem já adquirida para a primeira edição e continuar estudando.

Outros concursos no horizonte

Gabriel Henrique Pinto,diretor da Central de Concursos,acrescenta ainda a importância de seguir tentando também outros concursos públicos que acontecerão esse ano.

— Há uma vastidão de concursos nessa administração,tem concursos importantes acontecendo todo mês e a recomendação é prestá-los também,já que você já está estudando. Porque podem surgir oportunidades até melhores.

Para ele,mesmo com possíveis mudanças na segunda edição,a estrutura das provas e questões deve permanecer parecida,então o ideal é estudar bem o exame anterior:

— O último Concurso Nacional Unificado foi muito atípico em relação aos concursos com os quais nós estamos acostumados,o conteúdo exigido na prova foi diferente. O que pode se esperar do que vai acontecer esse ano é algo parecido com o anterior. Mas agora nós temos uma referência.

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