Por que Trump quis um acordo entre Israel e Hamas antes de tomar posse?

2025-01-16 HaiPress

O presidente eleito dos EUA,Donald Trump — Foto: Eric Lee/The New York Times

RESUMO

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GERADO EM: 15/01/2025 - 21:12

Acordo de Paz em Gaza: Impacto na Política dos EUA

O acordo de cessar-fogo entre Israel e Gaza antes da posse de Trump foi visto como uma vitória antecipada. O envolvimento do presidente eleito foi crucial,levando a libertação de reféns e melhorando relações internacionais,enquanto Biden também teve papel na negociação. Os desdobramentos do conflito,com mais de 46 mil palestinos mortos,foram determinantes para a corrida presidencial dos EUA em 2024.

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Para o presidente eleito dos Estados Unidos,Donald Trump,o acordo de cessar-fogo entre Israel e Gaza,firmado nesta quarta-feira,foi fundamental por diferentes motivos.

Primeiro,o cessar-fogo tirou da frente um dos conflitos internacionais mais incômodos que pairavam sobre o início de seu segundo mandato e deu a Trump,conhecido como um "cara de negócios",algo para contar vitória — mesmo que tenha acontecido antes de ele assumir o cargo.

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Em uma publicação nas redes sociais nesta quarta-feira,Trump declarou que o acordo é fruto do resultado nas urnas em novembro.

"Este acordo de cessar-fogo ÉPICO só poderia ter acontecido como resultado da nossa vitória histórica em novembro,pois sinalizou para o mundo inteiro que minha administração buscaria a paz e negociaria acordos para garantir a segurança de todos os americanos e nossos aliados. Estou emocionado que os reféns americanos e israelenses retornarão para casa para se reunirem com suas famílias e entes queridos",escreveu o presidente eleito. "Conseguimos tanto sem nem estar na Casa Branca. Imagine todas as coisas maravilhosas que acontecerão quando eu retornar".

Antes mesmo do esperado anúncio oficial dos mediadores,Trump já havia confirmado o sucesso da negociação em uma publicação na Truth Social. "Temos um acordo sobre os reféns no Oriente Médio. Eles serão libertado em breve. Obrigado",escreveu na primeira publicação.

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Trump anuncia acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza em sua rede social — Foto: Reprodução

Os contornos do acordo não eram especialmente diferentes do que o presidente americano,Joe Biden,havia buscado em maio. No entanto,várias pessoas familiarizadas com processo disseram que a vitória de Trump em novembro,juntamente com o envolvimento de membros de seu novo governo,foram partes essenciais para fazer as coisas finalmente avançarem.

Agora,embora o cessar-fogo inicie oficialmente no domingo,a libertação dos reféns em Gaza em troca da libertação de prisioneiros palestinos deve começar apenas na semana que vem,coincidindo com a semana da posse de Trump,em 20 de janeiro.

As consequências dos ataques mortais de 7 de outubro de 2023 do Hamas foram um pano de fundo para a corrida presidencial dos EUA em 2024. À medida que Trump emergia não apenas como o candidato republicano,mas como o sobrevivente de uma tentativa de assassinato em julho,seu relacionamento com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de Israel melhorou —em 2020,os laços entre os dois haviam se desgastado após o primeiro-ministro israelense,Benjamin Netanyahu,ter parabenizado Biden pela vitória no pleito daquele ano.

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O medo do que o frequentemente imprevisível Trump — que meses atrás disse que o mundo sabe que ele é "louco",usando um palavrão para dar ênfase — poderia fazer no cenário mundial se tornou um tema-chave em discussões privadas entre líderes estrangeiros.

Dessa forma,o acordo — forjado com envolvimento significativo do enviado de Trump para o Oriente Médio,Steve Witkoff — permitiu que ele começasse seu mandato com um problema a menos.

Biden,ao ser questionado nesta quarta,no fim de seu pronunciamento,se o mérito pelo acordo seria dele ou de Trump,o democrata respondeu: "É uma piada?",e logo depois deixou o púlpito.

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Citando sua proposta de cessar-fogo apresentada em maio,o presidente americano afirmou que o pacto é resultado “não apenas da extrema pressão sobre o Hamas e da mudança na equação regional após o cessar-fogo no Líbano e o enfraquecimento do Irã,mas também da diplomacia americana”. Também afirmou que trabalhou nas negociações como uma só equipe com seu sucessor.

O primeiro-ministro israelense,falou primeiro com o presidente eleito Trump e agradeceu a ele por sua ajuda em avançar na libertação dos reféns,de acordo com uma declaração de seu gabinete. Os dois concordaram em se encontrar em breve em Washington,acrescentou o comunicado. Netanyahu então falou com o presidente Biden e agradeceu a ele também por sua ajuda em avançar no acordo,de acordo com seu gabinete.

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Na primeira fase do cessar-fogo,as forças israelenses vão recuar para o leste,longe de áreas populosas. Ao menos 33 reféns seriam soltos ao longo dos 42 dias,com cerca de 1.000 prisioneiros palestinos libertados em troca. Os primeiros reféns libertados seriam mulheres,homens idosos e doentes.

A guerra em Gaza entre Israel e Hamas eclodiu após o ataque lançado por radicais islâmicos liderados pelo grupo no sul israelense em 7 de outubro de 2023,que deixou quase 1,2 mil mortos,com 251 pessoas sendo feitas reféns. Deste total,157 foram soltas em uma trégua em novembro de 2023 ou resgatadas em operações militares; das 94 remanescentes,acredita-se que 60 ainda estejam vivas. Desde o início do conflito,mais de 46,7 mil palestinos foram mortos,a maioria mulheres,menores e idosos,segundo o Ministério de Saúde de Gaza,território controlado pelo Hamas desde 2007.

Com New York Times

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