Brincadeiras reforçam estereótipos de homens e mulheres

2025-01-15 IDOPRESS

Boneca da Barbie,massinha e Sr Cabeça de Batata — Foto: Reprodução

RESUMO

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GERADO EM: 14/01/2025 - 21:01

Impacto da segregação de gênero em brinquedos infantis

As brincadeiras infantis reforçam estereótipos de gênero,influenciando o desenvolvimento social e cognitivo. A segregação de meninos e meninas em brinquedos pode limitar oportunidades futuras,levando a consequências negativas. A indústria de brinquedos reproduz padrões,impactando a formação da identidade das crianças. É essencial que os fabricantes promovam equidade de gênero,permitindo que todas as crianças escolham livremente como brincar e se desenvolver.

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Por Marcos Ribeiro

Há um mês,no período das Festas,as lojas estavam cheias com as famílias procurando presentes para seus filhos. No setor infantil,as gôndolas confirmavam que pouca coisa mudou nos brinquedos e roupas das crianças,que ainda reproduzem o que consideram ser “coisa de menino” e “coisa de menina”,assim como as cores adequadas para cada sexo,com a reprodução dos estereótipos de gênero.

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No final do século XIX,os meninos cuidavam do gado,colhiam e plantavam,enquanto as meninas aprendiam a costurar e a cozinhar.

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O que significa pensar que em pleno século XXI essas ideias ainda estão presentes,e as meninas só se interessam por bonecas e casinhas,e os meninos por carrinhos e brinquedos de montar? Quando ouvimos que os homens são melhores nas ciências exatas,e as mulheres nas ciências humanas,não nos perguntamos quais foram as oportunidades que ambos tiveram na infância.

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A segregação de gênero nos brinquedos pode levar a consequências sociais e cognitivas,como o afastamento das meninas da iniciação científica por ser considerada “coisa de homem”. E no caso dos meninos que nunca brincaram de boneca por acreditar que cuidar do filho é tarefa da mãe. Ou por seus pais acharem que é uma porta de entrada para a homossexualidade.

A indústria brasileira de brinquedos cresceu 3,8% em 2023,e o brinquedo mais vendido foi a famosa Barbie,que,em alusão à maternidade,projeta expectativas do que é esperado da mulher quando crescer. Ao contrário dos garotos,que são presenteados com brinquedos que desenvolvem o raciocínio lógico e tecnológico.

Os brinquedos são importantes para o desenvolvimento cognitivo e motor,a aprendizagem,a socialização e a formação da personalidade da criança. Daí o cuidado para não reproduzirem esses estereótipos dos papéis de homens e mulheres.

Essa expectativa também se reproduz na cor da roupa: para meninas,rosa,que traduz delicadeza; para os meninos,azul,que representa virilidade,ideia essa sem nenhuma fundamentação científica. Os mantos das santas — Nossa Senhora da Conceição,de Lourdes e Aparecida — são azuis,numa representação do céu,da delicadeza e da maternidade. Em várias obras de arte os homens usam roupas no tom rosa,como o rei Luís XV da França.

É importante que os fabricantes fiquem atentos à equidade de gênero e,dessa forma,nas caixas de montar casinhas — “brincadeiras de engenheiro” — ou nas que contêm um ferro de passar roupa haja a imagem dos dois gêneros,na alusão a que ambos podem ser brinquedos para os dois.

Toda criança precisa ter o poder de escolha em relação a como quer brincar. Isso possibilita uma imensidade de experiências,expansão da imaginação e também saber lidar melhor com diferentes atividades.

*Marcos Ribeiro,mestre em educação sexual pela Unesp,é autor do livro “Menino brinca de boneca?”,sobre direitos iguais para meninos e meninas

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