2024-12-29 HaiPress
Congresso dos EUA em Washington — Foto: Eric Lee/The New York Times
GERADO EM: 28/12/2024 - 17:30
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O governo americano provavelmente precisará começar a adotar "medidas extraordinárias" para evitar que os Estados Unidos entrem numa situação de calote da dívida pública,caso o Congresso não tome providências para aumentar ou suspender o limite de endividamento,alertou a secretária do Tesouro,Janet Yellen,numa carta enviada a congressistas na sexta-feira.
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Yellen emitiu seu alerta sobre o limite da dívida — que define o valor máximo que os EUA estão autorizados a tomar emprestado para financiar o governo e cumprir suas obrigações financeiras — em um momento político tenso.
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Os republicanos assumirão o controle de Washington no próximo mês,e o presidente eleito Donald Trump já pediu ao Congresso que abolisse o limite da dívida antes que ele busque avançar com uma nova rodada de cortes de impostos e outras prioridades de gastos.
O limite da dívida foi suspenso em junho de 2023,após uma negociação sobre os gastos federais,regras para receber benefícios do governo e o financiamento da máquina pública.
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Presidente eleito dos Estados Unidos,Donald Trump,discursa na recepção da Bolsa de Valores de Nova York,após ser nomeado "Pessoa do Ano" da revista Time pela segunda vez — Foto: SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
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Presidente eleito dos Estados Unidos,após ser nomeado "Pessoa do Ano" da revista Time pela segunda vez — Foto: SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
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Donald Trump é escolhido Pessoa do Ano pela revista Time: 'Renascimento político incomparável na História americana' — Foto: SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
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Investidores assistem Trump discursar na Bolsa de Valores de Nova York — Foto: SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
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Presidente eleito dos Estados Unidos já havia recebido tal reconhecimento em 2016,quando ascendeu à Casa Branca pela primeira vez — Foto: SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
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Investidores assistem Trump discursar na Bolsa de Valores de Nova York — Foto: SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
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Sam Jacobs,editor-chefe da Time,escreveu na revista que a escolha não foi difícil: “No auge de sua segunda Presidência,todos nós — desde seus apoiadores mais fanáticos até seus críticos mais fervorosos — estamos vivendo na Era de Trump.” — Foto: SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
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Presidente eleito dos Estados Unidos,e sua esposa Melanie — Foto: SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
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Donald Trump é escolhido Pessoa do Ano pela revista Time: 'Renascimento político incomparável na História americana' — Foto: SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
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Pessoas assistem ao discurso do presidente eleito Donald Trump após ser escolhido como Pessoa do Ano — Foto: David Dee Delgado / AFP
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Donald Trump é escolhido Pessoa do Ano pela revista Time: 'Renascimento político incomparável na História americana' — Foto: SPENCER PLATT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Essa suspensão está programada para expirar na quinta-feira,dia 2,forçando o Tesouro a começar a adotar as chamadas medidas extraordinárias para permitir que o governo federal continue pagando suas contas.
Essas medidas são,essencialmente,manobras contábeis que impedem o governo de ultrapassar o limite da dívida. Elas podem incluir a suspensão de certos tipos de investimentos em planos de poupança para servidores públicos e planos de saúde para aposentados dos correios.
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Os EUA,como a maioria dos países,tomam empréstimos para pagar suas contas e obrigações,incluindo o financiamento de programas de seguridade social,juros sobre a dívida nacional e salários para membros das forças armadas.
Se o governo americano não conseguir aumentar o limite da dívida,logo será incapaz de fazer muitos desses pagamentos,incluindo aos investidores que compraram títulos da dívida pública.
“Respeitosamente,peço ao Congresso que tome medidas para proteger a plena confiança e crédito dos Estados Unidos”,diz a carta de Yellen.
A secretária explicou que não estava exatamente claro quando o Tesouro teria que começar a adotar essas medidas,que normalmente incluem a restrição de certos investimentos governamentais,para evitar o calote.
Devido a um problema técnico relacionado aos investimentos federais,Yellen disse que o Departamento do Tesouro espera que as medidas extraordinárias precisem ser empregadas em algum momento entre 14 e 23 de janeiro.
Enquanto os legisladores negociavam,na semana passada,um projeto de lei sobre os gastos do governo,Trump complicou a situação ao fazer uma pressão de última hora para que levantassem ou eliminassem o limite da dívida.
A legislação acabou sendo aprovada,no último minuto,assegurando o financiamento do governo até meados de março. A votação encerrou,assim,uma sequência tumultuada de vários dias que contaram com o envolvimento do presidente eleito e do empresário Elon Musk.
Os republicanos há anos usaram o limite da dívida como alavanca para forçar os democratas a aceitarem cortes dolorosos nos gastos enquanto estavam no poder,então,a jogada de Trump colocou membros de seu próprio partido em uma posição difícil.
Yellen,em 2021,chamou o limite da dívida de "destrutivo" e disse que deveria ser eliminado. Seu antecessor imediato como secretário do Tesouro,Steven Mnuchin,que comandou a política econômica do primeiro governo Trump,expressou sentimentos semelhantes em 2017,quando o descreveu como um “conceito um tanto ridículo” que não limitava os gastos.
Trump sugeriu anteriormente que o teto de endividamento não era necessário e disse,que a “guilhotina do teto da dívida” deveria ser ou estendida ou terminada antes de ele assumir o cargo.
A dívida nacional excede US$ 36 trilhões,cerca de US$ 5 trilhões a mais do que era quando os legisladores suspenderam o teto,em 2023. Quando o limite da dívida for reinstaurado na quinta-feira,ele aumentará automaticamente de acordo com o valor da dívida incorrida desde essa suspensão.
O Centro de Política Bipartidária,organização sem fins lucrativos americana que trata de políticas públicas,projeta que as medidas extraordinárias não serão mais viáveis e que o país poderá realmente dar um calote na dívida,provavelmente,em algum momento em meados deste ano.